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Preconceito contra comunidade LGBT, mais precisamente a Travestis e Transexuais, toma, a cada vez mais, proporções perigosas a integridade deste público e violência cresce gradativamente.

 

TOPO

    Sobre    

Foto:  Leland Bobbé

Ana Carolina

Douglas Sales

Matheus Pereira

Rebeca Silveira

Victoria Lima 

Thaís Pontes

INTRODUÇÃO
VIOLÊNCIA

Foto:  Leland Bobbé

Entristecedor. Este é o sentimento que nos causa a forma como sobrevivem as travestis e os transexuais na sociedade brasileira, vítimas de preconceito e postos à margem da sociedade. A falta de informação da população e de ensino de gênero e sexualidade desde a infância nas escolas é um fator que influencia a sociedade a oprimir o público trans e  deixá-lo nessa situação degradante.

 

Poucos sabem em que consistem os termos transsexuais e travestis: as travestis são pessoas que, ao nascerem, foram registradas em determinado gênero, com base em sua genitália e que procuram inserir, em suas indumentárias, símbolos do que é convencionado com o gênero oposto. Enquanto isso, transsexuais são pessoas que, tendo sido registradas no gênero masculino ou feminino ao nascerem, se identificam com o outro.

No Brasil, só em 2016, de acordo com o Grupo Gay da Bahia (GGB) - organização que há mais de 30 anos se posiciona em defesa dos direitos humanos dos homossexuais - 343 LGBT’s foram brutalmente assassinados vítimas de crimes de ódio. Estes crimes, motivados pelo preconceito, ocorrem quando o assassino seleciona intencionalmente a sua vítima em função de esta pertencer a um determinado grupo, como o LGBT, por exemplo.

 

Travestis e transsexuais são vítimas frequentes, já que, de acordo com Silvinha Cavaliere, vice-presidenta da União Nacional LGBT (UNA LGBT), ‘“o corpo já as entrega’’. Acerca do extermínio dessa população, Silvinha comenta que “o genocídio da população trans e travesti no Ceará é algo que preocupa o movimento LGBT como um todo, pois significa que existe uma forte ofensiva reacionária à população LGBT do Estado.”

VIOLÊNCIA E LGBTFOBIA, DE MÃOS DADAS COM O PRECONCEITO
POR ONDE COMEÇAR?

Segundo o GGB, foram 15 assassinatos contra travestis e transexuais em 2017 no estado do Ceará; Já para o ANTRA, foram 14 casos. A grande preocupação que vem com esta falta de constância nos números, é que devido a não criminalização da transfobia, muitos dos casos passam despercebidos e acabam não entrando nas estatísticas.

JOGADAS AO LÉU

De acordo com a Antra, a expectativa de vida de uma pessoa travesti ou transsexual é de 35 anos, ou seja, quase metade do restante da população brasileira, que é, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é de 75,5 anos.  Dário ainda afirma que o número de mortes entre LGBTs no Estado é alarmante e a solução é “cobrar posicionamento mais efetivo na elucidação desses crimes e enfrentamento para que isso não aconteça mais”.

Tendo isto em vista, o questionamento remanescente é: por que essas pessoas, que deveria ter sua segurança e dignidade provida pelo Estado, são tão marginalizadas ao ponto de terem suas vidas reduzidas à metade?

Estudos realizados pela Secretaria Especial de Direitos Humanos (SEDH), em 2016, apontam que a maioria dos homicídios transfóbicos ocorrem em vias públicas. Ainda, segundo dados da Antra, 90% das travestis e transexuais estão se prostituindo no Brasil. Para Dário Bezerra, coordenador político do Grupo de Resistência Asa Branca (GRAB), ‘’a questão não é ser prostituta, é ter a prostituição como único meio de profissão’’.

JOGADAS AO LÉU

A deputada Luizianne de Oliveira Lins, do PT Ce, propôs um projeto de lei que criminaliza o LGTBcídio. O PL de número 7292/17, intitulado Lei Dandara dos Santos, almeja introduzir os assassinatos contra a comunidade LGBT no rol dos crimes hediondos. Dandara dos Santos, travesti de 42 anos,  foi brutalmente assassinada nas ruas de seu bairro. Além do crime cometido contra a vida de Dandara, os responsáveis pelo crime, filmaram toda a ação e publicaram as imagens em suas redes sociais.

Travesti Dandara dos Santos, 42 anos, foi morta no dia 15 de fevereiro de 2017

(Foto:  Reprodução / Facebook)

Casa deveria ser um lugar onde se encontra carinho, segurança e conforto. Mas onde travestis e transexuais deveriam ser acolhidos e compreendidos, na verdade se encontra rejeição e humilhação. Grande parte das histórias de travestis e transexuais tem o mesmo enredo: Rejeição familiar, que leva para uma vida inteira de discriminação. O preconceito que existe na  sociedade traz vergonha e constrangimento, entrando nas casas da população trans e destruindo famílias: “como nós vivemos numa sociedade patriarcal, machista, homofóbica, transfóbica, colocam uma pressão muito grande na família e a mesma para não sofrer constrangimento, prefere abandonar suas filhas trans e travestis.” , afirma Syssa Monteiro, diretora do grupo Transpassando da Universidade Estadual do Ceará, que estimula a educação para travestis e transexuais, visando inseri-las no mercado de trabalho.  

NÃO HÁ VAGAS.......... PARA TRANS

Syssa Monteiro, diretora do grupo Transpassando (Foto: Reprodução / Facebook)

É assim que o Transpassando tenta agir na vida das trans e travestis. Ministrando aulas voltadas para a qualificação que deveria ser encontrada nas escolas de nossas cidades. Preparando travestis e transexuais para vestibulares como o ENEM, por exemplo, o grupo promove a inclusão desse grupo, para retirar das ruas, quem assim queira.  “A função do Transpassando é inicialmente ser um espaço de combate a transfobia, que é a discriminação que as pessoas trans sofrem, onde essas pessoas podem ocupar, um combate para todas as formas de preconceito. Ele viabiliza o cursinho preparatório para o Enem e vestibulares, e a formação profissional por meio de cursos de capacitação como o, Linguas, Gestão Administrativa, Gestão Cultural, Libras, e tem atividades extras como Educação Física, Defesa Pessoal, Dança. E o preconceito vai sendo quebrado.”   - Complementa com lágrimas de nítidos orgulho e emoção ,  escorrendo por seu rosto, Syssa Monteiro

 

Falta apoio, sobra  preconceito. A intolerância se mostra de várias formas. Da rejeição dos pais ao filho que é um pouco “mais afeminado” do que os padrões de uma sociedade opressora, às pequenas agressões verbais, ou não, que se sucedem durante a adolescência  deste mesmo jovem.

A violência, infelizmente, acaba se tornando praticamente uma consequência dessa intolerância observada de várias maneiras, a cada dia. Do olhar torto, ao tiro certeiro -  tudo machuca, tudo mata. Seja aos poucos ou de repente; de maneira velada ou postada em redes sociais.

No Ceará, esse tipo de crime é recorrente e as autoridades simplesmente mantém a situação à revelia e não há, sequer, uma contagem oficial. Questionados por nossa equipe, assessoria da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), afirmou que não possui dados oficiais e justificou que isto ocorre por apenas considerar os gêneros feminino e masculino, visto que apenas estes dois podem ser registrados em documentos: “ainda não tem como registrar  na identidade se o indivíduo é travesti ou trans”.

POR ONDE COMEÇAR?

Visto que não há contagem oficial de tais dados, é necessário buscá-los através de organizações não governamentais e grupos de militância. Como a transfobia não é considerada crime, muitas dessas mortes não são contabilizadas e passam despercebidas pelos órgãos governamentais. Assim, grupos como a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) e o GGB se tornam as fontes mais conhecidas para a obtenção desses dados.

NÃO HÁ VAGAS PARA TRANS

Não bastando a intolerância no seio familiar, nos primeiros anos escolares, a discriminação também impede que trans e travestis frequentem a escola. Não serem chamadas pelo nome social - que é o nome que elas se identificam - não poderem usar o banheiro feminino, e por não terem suas diferenças reconhecidas, são os principais motivos para que esse grupo não consiga concluir o ensino básico. “Elas sofrem agressões físicas, psicológicas, verbais e os agressores não recebem nenhum tipo de punição, e a escola não dá medidas de permanência para que as pessoas trans e travesti continuem na escola.”, comenta Syssa Monteiro.

Sem apoio da família, e com o ensino escolar básico incompleto, é quase impossível a entrada no mercado de trabalho. Segundo dados do Antra, cerca de 82% das pessoas trans no Brasil não concluíram o ensino básico. Sem qualificação, essas pessoas não têm a oportunidade necessária para trabalhar. E sem familiares para dar apoio, como sobreviver? A maioria, termina na mesma situação: Se prostituindo. “Além de não ter qualificação, existem outros preconceitos como, por ser trans ou travesti, em relação ao banheiro que vai usar e ao uso do nome social. Inúmeras são as problemáticas que dificultam para que essas pessoas habitem o dia a dia na sociedade, e por isso elas acabam vivendo a noite, na prostituição .”  

GUIA

EDITORA

Adriana Santiago

Douglas, Sales, Matheus Pereira,

 Victória Lima 

TEXTO

Thaís Pontes

INFOGRÁFICOS

DIAGRAMAÇÃO

Thaís Pontes e Victória Lima

Fonte: Grupo Gay da Bahia (GGB)

Fonte: Grupo Gay da Bahia (GGB)

Fonte: Grupo Gay da Bahia (GGB)

Fonte: Grupo Gay da Bahia (GGB)

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